Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

PRESIDENCIAIS; Artigo de Opinião de Pedro Borges de Macedo


Jornal "Diário do Minho" de 14 de Janeiro de 2011, pag. 20
Portugal está neste momento em campanha eleitoral para eleger o Chefe de Estado. Esta campanha eleitoral tem sido uma prova clara de que os candidatos utilizam o cargo de Chefe de Estado como uma promoção pessoal e não como um sacrifício pela Pátria. Temos 6 candidatos a concorrer ao cargo de Presidente da Republica e cada um é mais brilhante do que o outro.
O Professor Cavaco Silva, actual presidente da Republica, provou a sua vulnerabilidade pois quando atacado por uma questão sem importância alguma, e que seria fácil rebater, como foi o caso de uma simples venda de acções do BPN, não se soube defender, deixando que a ondulação se tornasse num maremoto. É muito inquietante saber que podemos eleger um Chefe de Estado que não tem a habilidade necessária de cortar os boatos logo pela raiz. No mandato anterior do Professor Cavaco Silva, também ficou demonstrado que um Presidente da Republica tem limitações de poderes por estar dependente de um segundo mandato. Assistiu-se a esta situação quando sofreu um ataque do P.S. para desviar as atenções do País e ganhar umas eleições. No final de mandato, também ficou demonstrado que de 5 em 5 anos, existe um período de 6 meses em que não se pode demitir um Governo por mais incompetências que cometa.
Foi notório que o professor Cavaco Silva, neste primeiro mandato, não decidiu com consciência mas sim, com a frieza de nunca ser atacado de favorecer a sua família política e com isso prejudicou o País.
Por essas razões, é que um Rei que nunca pertenceu a uma família política pode decidir para o bem da Nação. O Rei não vem de uma família de esquerda nem de direita e não tem de se preocupar com as sensibilidades destas duas grandes tendências. O Rei não deve nada à Esquerda nem à Direita. O Rei olha para a frente e apenas tem como preocupação Portugal e os portugueses.
O Poeta Manuel Alegre, que se considera um herói da Pátria Portuguesa por ter desertado e ter efectuado uma resistência ao antigo regime através de Argel concorre a estas eleições para Chefe Supremo das Forças armadas. Que situação curiosa esta. Será mais uma valia desta Republica que permite que um desertor possa vir a comandar umas Forças armadas? E será que o Poeta Manuel Alegre, como Chefe de Estado iria homenagear os combatentes do Ultramar mortos em combate? Aqueles que morreram pela Pátria e que apenas são relembrados e a medo no dia 10 de Junho? E como se sentiriam os familiares com tal homenagem “sentida”? Mas o Poeta Manuel Alegre ainda vai mais longe. Acha que estas eleições estão marcadas por uma guerra de esquerda e de direita sendo que quer ser o Presidente de todos os portugueses impondo os valores de esquerda.
Na Monarquia, um Rei não pode ter tendências. Tem de ser imparcial e justo. Que justeza teríamos se este candidato ganhasse?
Este candidato acha que deve haver uma correlação de forças entre o Governo e a chefia de Estado e nunca cooperaria com um Governo de Direita. Seria sempre um Chefe de Estado corrompido pelos valores daqueles que os elegeram e um feroz adversário dos que não concordaram com ele nas eleições.
Manuel Alegre utiliza, nesta campanha, uma estratégia de descredibilização do Professor Cavaco Silva para tentar com isso forçar uma segunda volta. Demonstra-se assim que na república o que interessa são os fins e não os meios.
Prefere descredibilizar o Professor Cavaco Silva na sua seriedade, falando do caso BPN em vez de tentar expor o seu ponto de vista no papel de Chefe de Estado. E tanto atacou que foi atacado pelo caso BPP. Quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Mas para este candidato, custe o que custar, o que interessa é ganhar mesmo que seja com calúnias ou processos de intenções. Pena que nunca o ouvimos a perguntar ao ex amigo, o Dr. Mário Soares, sobre o caso Melancia. Pena que não o ouvimos a perguntar sobre a licenciatura ou o caso Freeport ao “Eng.º” José Sócrates.
Serão estes talvez os valores do ideal republicano. A política suja do ataque. A dita ética republicana.
Na monarquia não existe ética monárquica nem ética republicana. Apenas existe ética e ou se tem ou não se tem…Pelo menos nestas eleições definiu-se a ética republicana como sendo porca, suja, badalhoca…
O Doutor Defensor Moura, a “lebre” de Manuel Alegre, sabe que não tem hipóteses de vencer estas eleições e concorre para que haja uma segunda volta e consequentemente com maiores custos para um País endividado. Está a fazer um serviço ao Partido Socialista e não ao País. Quão patriota que é este candidato. Considera que ser eleito Chefe de Estado é mais uma etapa na sua carreira. Ou seja, na Republica o cargo de chefe de estado é garantido como uma progressão de carreira política.
O Dr. Fernando Nobre enganou-se nas eleições. Deveria concorrer às legislativas. Pretende mudar o País num cargo que tem mais um papel controlador do que transformador. É um idealista, um utópico e considero que se fosse eleito, acabaria 5 anos depois, desconsolado e triste por não ter cumprido aquilo que prometeu. Prova assim que um idealista pode chegar a chefe de estado e pode assim provocar uma desilusão geral.
O Sr. Francisco Lopes é o candidato que defende a ditadura do proletariado. O sonho deste candidato seria uma União Soviética em Portugal. Sobre este candidato, está tudo dito.
O Sr. José Manuel Coelho é o “Tiririca” português e a prova viva de que um “desbocado” pode chegar ao cargo supremo da Nação. Imaginemos que o Povo de tão descontente votaria nele como protesto. Veja-se a vergonha que seria para Portugal no Mundo. Uma vergonha que sairia cara pois trazia falta de credibilidade em que ninguém confiaria no nosso País nem nos portugueses. Veríamos os juros dos empréstimos a aumentar exponencialmente e provavelmente levaria a uma falência do País. E o grande problema é que há muita gente descontente com o nosso sistema político.
Eu, Pedro Borges de Macedo sou um deles mas considero que a melhor forma de demonstrar esse descontentamento seria pedir uma mudança de regime pacífica alterando a constituição e o famigerado artigo 288 alínea b para que seja decidido a forma de regime. Quando o Povo puder decidir sobre a forma de regime, poderemos viver numa democracia pois a actual forma de regime foi imposta.
É por isso que nestas próximas eleições irei votar, como sempre votei.
Irei votar com um voto nulo a dizer Viva o Rei.
Pedro Borges de Macedo
Vice-presidente da distrital de Braga do PPM